UFRGS - PEAD Ana Cristina Mattes - Kryka

Sunday, December 17, 2006

Semana 12 / ECS 11







DESIGUALDADES EDUCATIVAS ESTRUTURAIS NO BRASIL:
A heterogeneidade provocada pela atual fragmentação do sistema escolar brasileiro em várias redes, reproduz e acentua as desigualdades sociais, comprometendo de modo durável o desenvolvimento econômico e social desse país.
Há décadas, economistas tentam explicar a desigualdade pela distribuição da renda, sem perceber que sua causa fundamental está no acesso à educação, pois, um dos fatores mais importantes para o desenvolvimento de um país é a educação. É através dela que podemos atingir uma melhor qualidade de vida, melhorias em relação à saúde, tecnologia, etc.
O Unicef mostrou como a desigualdade social transfere-se para a desigualdade na educação e nos ajuda a perceber que a desigualdade ao acesso à educação é a causa da desigualdade social, o que cria o maldito círculo da vergonha nacional.
Desde o começo do século passado, o desenvolvimento do sistema educativo brasileiro vem sendo marcado por relações conflitantes entre diferentes grupos sociais.
A grade de leitura apropriada para analisar o sistema educativo atual no Brasil parece ser a dualidade ensino público/ensino particular.
O caminho para eliminar a tragédia da desigualdade no Brasil está na garantia da educação de qualidade a todos. Não se pode esperar igualdade em um país onde algumas crianças entram na escola aos 4 anos e outras aos 7. Não há igualdade entre crianças que começam a brincar com computadores em idades diferentes. As escolas públicas necessitam de equipamentos! Outro elemento vital para o rompimento do círculo da pobreza é o professor. Para distribuir renda, é preciso pagar bem aos professores. Não apenas porque no Brasil eles somam milhões de mal remunerados, mas sobretudo porque nenhum outro agente social produz mais igualdade do que um professor em sala de aula. Porém, é preciso que ele estude, se forme, se dedique, caso contrário não terá qualquer papel no esforço de construção da igualdade.
Enquanto não houver consciência sobre isso, continuaremos vivendo em um país, como Josué de Castro, expõe, numa inspiradíssima frase, a seguinte constatação: “Metade da humanidade não come e a outra metade não dorme com medo da que não come”.
O poder público têm criado políticas com o intuito de qualificar a educação, pois a qualidade do ensino na rede pública, depende da política educativa desenvolvida no plano municipal, estadual e federal, sendo que a situação da rede particular depende dos incentivos fiscais dos poderes públicos e do grau de controle ao qual está submetido.
Um programa um pouco criticado no texto de A. J. AKKARI, o qual julgo muito interessante, apesar do problema citado no texto, é o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), que tem por objetivo oferecer a alunos e professores de escolas públicas do ensino fundamental, de forma universal e gratuita, livros didáticos e dicionários de Língua Portuguesa de qualidade para apoio ao processo ensino-aprendizagem desenvolvido em sala de aula. Considero este programa interessante, pois, tenho a oportunidade de escolher os livros que julgo importantes para qualificar o meu trabalho em sala de aula e também porque, como sou professora da rede pública, acredito que meus alunos não teriam condições de adquirir os títulos, não que utilize muito o livro didático em sala de aula, mas acho interessante o uso pois, complementa os assuntos trabalhados.
Enfim, a educação brasileira evolui em saltos desordenados, em diversas direções, mas ainda está muito além do necessário para atingirmos a qualidade que buscamos bem como a concretização do discurso político republicano, que insiste sobre a função homogeneizadora e igualitária da escola que socializa em comum e fabrica cidadãos iguais, que foi se esvaziando progressivamente de sua substância, devido a heterogeneidade provocada pela atual fragmentação do sistema escolar brasileiro.

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